Promotor
EGEAC, Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural
Sinopse
Estudo de costumes em 4 quadros.
Em Música, escrita em 1906, Wedekind, escritor, actor, cantor, anarquista, alcoólico, artista de cabaret, autor da Lulu e do Despertar da Primavera, escreve o que ele próprio julgava ser um dos seus textos mais violentos de crítica social, apesar da sua aparência cómica, ou pelo menos caricatural. A peça trata sobretudo da lei da penalização do aborto com cinco anos de prisão, lei feita por homens que prendem moral e fisicamente a mulher e para quem as entranhas da mulher são campo aberto para o espírito de iniciativa do sexo masculino.
Passa-se em Munique e é escrita a partir de uma história verdadeira, a de um professor de música que engravidou a sua aluna de canto Klara e a levou a abortar. O tema é tratado da forma mais cruel. Por isso a peça foi sempre muito perseguida pela censura. Como agora sabemos, o problema não é só um problema jurídico, e como se deduz de outro texto da mesma época, A Censura, contra a qual Wedekind lutou toda a vida, e que põe em cena um escritor e um representante das autoridades eclesiásticas e de que o espectáculo também aproveitará trechos. Para já é para nós um espectáculo sobre a reinante e assassina hipocrisia.
Luis Miguel Cintra
Encenação: Luis Miguel Cintra
Cenário e figurinos: Cristina Reis
Interpretação: Dinis Gomes (Joseph Reissner, professor de canto), Sofia Marques (Else, sua mulher), Rita Cabaço (Klara Hhunerwadel, estudante de música), Duarte Guimarães (Director da Prisão e Dr. Schwartzkopf), Luísa Cruz (Vigilante da prisão e Coronela Huhnerwadel) e Guilherme Gomes (Franz Lindekuh, Literato).
Co-produção Teatro da Cornucópia e São Luiz Teatro Municipal
Estrutura financiada por Giverno de Portugal- Ministério da Cultura/ DGARTES