Promotor
EGEAC, Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural
Sinopse
O projeto The Art of Song nasceu da vontade de Rita Maria e Filipe Raposo darem a conhecer uma amostra do vasto universo musical que os inspira: composições da música tradicional ibérico-portuguesa, dos standards norte-americanos às árias barrocas, da influência da música de cinema até às suas composições originais. Através de uma coleção de discos, exploram um repertório eclético e inusitado de compositores eruditos e populares, de diferentes gerações e origens. Assim, o álbum Rita Maria & Filipe Raposo Live in Oslo, lançado pela Lugre Records, em agosto de 2018, tornou-se o embrião do projeto The Art of Song. Este registo discográfico, gravado ao vivo na sala Cosmopolite, sintetiza a confluência de géneros musicais que gostaríamos de aprofundar, na coleção de discos que denominamos The Art of Song. A ideia para o primeiro volume, The Art of Song When Baroque Meets Jazz, surgiu, no entanto, depois do convite da soprano Catarina Molder para gravarem reinterpretações de árias famosas de óperas barrocas para o programa Super Diva da RTP. The Art of Song When Baroque Meets Jazz parte, portanto, da paixão por obras de génios musicais do barroco como Monteverdi, Purcell, Bach e Händel e pela influência que esses compositores exerceram na sua forma de escutar música.
No trabalho de Rita Maria e Filipe Raposo, a improvisação funciona como elemento chave na ligação de géneros musicais aparentemente distantes. As influências musicais que os moldaram artisticamente a música erudita, o jazz e o cancioneiro tradicional acabam por coabitar num território próprio. Com a série de discos The Art of Song, procuram explorar o elo comum entre essas três grandes matrizes referenciais para o seu trabalho artístico enquanto duo. Neste espetáculo no São Luiz, através da apresentação de árias barrocas e composições originais, o público poderá perceber as semelhanças formais que os géneros Barroco e Jazz possuem: formas cíclicas, baixo cifrado cifras nas quais as estruturas harmónicas em ambos os géneros estão fundamentados -, melodias com ADN poderosíssimo que os dois músicos guardam com grande afeto na sua memória afetiva. Barroco e Jazz são ambos géneros musicais com vocação performática, e é sobretudo em palco que a improvisação terá lugar por meio do contraponto entre voz e piano, entre melodia e harmonia, desenhando novas estruturas gerativas e processos construtivos, logrando uma metáfora musical maior a da liberdade e individualidade criativa de cada um deles.